quarta-feira, 20 de abril de 2011

quarta feira: doze horas, zero minutos

Eu me lembro que li esse texto na faculdade, a matéria era teoria da literatura, não me recordo qual o motivo desta leitura, mas eu me apaixonei pelo texto. Ele é simples, claro e, o pior, real.


1. Amigos, temos uma vastíssima experiência amorosa. A história do coração humano começou, precisamente, em Adão e Eva. Era o primeiro casal de terra e com uma vantagem considerável: - Não tinha parentes, não tinha vizinhos, não tinha fornecedores. Alguém poderia objetar (talvez com razão) que a serpente fazia as vezes de sogra, de cunhada, de amiga etc.

2. Mas o que eu queria dizer é o óbvio ululante, ou seja: - Com Adão e Eva houve o primeiro flerte, o primeiro namoro, o primeiro casamento. Eu ia acrescentar - e a primeira infidelidade. Mas trair com quem? Quero crer que Eva foi, talvez contrafeita, uma mulher rigorosamente fiel. Eu imagino o que teria sido, num confortável paraíso, a noite de núpcias do primeiro casal.

3. Pois bem. Isso ocorreu há muito tempo. Eu vos digo: essa experiência amorosa, que vem através dos milênios, não nos adianta de nada, nem nos abriu os olhos. O homem, que sabe de tudo, nada sabe de amor. Eu diria, se me permitem, que em amor o homem é tão analfabeto como um pássaro. Ou melhor: o pássaro tem, a seu favor, a vantagem do instinto puro, livre e clarividente. Ao passo que cada um de nós carrega, nas costas, não sei quantos preconceitos, não sei quantos equívocos. Eis a verdade: Falta-nos a espontaneidade de uma cambaxirra. E vou mais longe - o nosso amor é triste.

4. Olhem em torno. Vejam os namorados que conhecemos. Eles amam sem alegria, sim, todo o mundo ama sem alegria. Essa tristeza, inerente ao sentimento amoroso, decorre de que não sabemos amar. O homem mais sensível e lúcido é, diante do ser amado, um incerto ou, pior do que isso, um inepto. Ele não sabe o que dizer, o que fazer, o que pensar. O que nós chamamos "romance" é a soma de erros, de equívocos engraçadíssimos. Vejam: - não encontramos palavra justa, exata, perfeita; não nos ocorre o galanteio que o ser amado desejaria escutar.

5. E, no entanto, a partir de Adão e Eva, o homem já teve bastante tempo para aprender como gostar, como amar. O amor exige, entre dois seres, uma linguagem própria, um idioma específico. Mas não usamos essa linguagem ou parecemos não entender esse idioma. As pessoas que menos entendem - como se falassem línguas diferentes - são as que se amam. Dir-se-ia que o amor, em vez de unir, separa. Cabe então a pergunta - por quê? É simples. Porque amamos errado, porque não sabemos amar.

6. A rigor, o momento mais doce do amor é o flerte. O flerte não dilacera, não envenena. Um simples olhar, de uma luz mais viva; um sorriso leve é quanto basta para que dois seres experimentem a esperança de uma comunhão docemente infinita. Mas o flerte - eu prefiro o flerte à paquera - o flerte é, normalmente, uma promessa que não se cumpre. Pois, em seguida, o namoro abre uma fase de perspectivas inquietantes. Fala-se em 'briga de namorados', tão comum e, eu diria mesmo, obrigatória. Mas não são os pequeninos atritos que marcam e vão, pouco a pouco, ferindo e destruindo o sentimento amoroso.

7. Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer sempre até o fim do mundo - porque sempre há de amar errado.



quarta-feira, 6 de abril de 2011

terça feira: quatorze horas, vinte e cinco minutos

Ler um blog é como investigar o cérebro de outro, sabe quando você pensa em invadir a mente de alguém querido e saber o que ele está pensando naquele exato momento? Neste caso você teria de acessar o twitter, pois é um pouco mais superficial, há quem consiga ser denso em 140 caracteres, não é comum, mas tem quem consiga.O blog é um coletivo de impressões, você enxerga o mundo de uma maneira e o publica a essa mesma maneira. Tem tantos blogs criativos por aí, tem aqueles que falam um pouco de tudo, tem os que falam de gastronomia, os que falam de sexo, os que protestam contra a homofobia, os que usam de assuntos do cotidiano para divertir os leitores, os que falam com imagens e muitos outros. Ser blogueiro é ser você com liberdade total de expressão, ser blogueiro é ter um espaço seu, ser blogueiro é uma das melhores coisas que existem hoje em dia. 


segunda-feira, 4 de abril de 2011

segunda feira: quinze horas, cinquenta e um minutos

Por que o preconceito esta tão enraizado nas pessoas? 

Qual o motivo desse odio? 

Eu não mereço ser feliz? 

Eu não posso estar com quem eu realmente amo? 

Por que as pessoas promovem os crimes de odio? 

O que os negros e os gays fizeram de tão mal para vocês?

Esse final de semana peguei o ônibus errado saindo da faculdade e fui parar na av. paulista, meu coração estava a mil pelo simples motivo de que as pessoas param ali e são espancadas, adoro tomar café no starbucks da Al. Santos, mas não dá, porque as pessoas são espancadas ali. Em que mundo estamos vivendo? Em que século estamos? 

Eu acho repugnante qualquer tipo de preconceito, contra qualquer pessoa, contra qualquer classe social, contra qualquer nível de escolaridade, o que quer que a pessoa tenha de diferente de você não a torna pior! Ninguém é melhor que ninguém nesse mundo, somos todos iguais...nascemos da mesma forma, aprendemos as mesmas coisas na escola, somos fruto do amor entre duas pessoas e não é uma diferença que nos faz pior ou melhor.


( ( ( Nara Leão ) ) )