quinta-feira, 4 de abril de 2013

Quinta feira: dezessete hora, cinqüenta e tres minutos

Sabe aquele dia cheio? Meu dia foi assim hoje, mas abri a janela e vi a recompensa

terça-feira, 2 de abril de 2013

Terça feira: dezessete horas, quarenta e um minutos

Ate shondanás brincou se 1 de abril ontem...

Terça feira: onze horas, zero quatro minutos

Um dito: quanto mais voce se importa, mais no cu voce toma.

terça-feira, 26 de março de 2013

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

quinta feira: dezessete horas, quarenta e quatro minutos

Boa tarde!! Hoje vim fazer um rápido desabafo sobre meu estado de espírito dessa semana. Sabe aquele dia em que você simplesmente não quer fazer nada de tanto desanimo? Então, esta sendo minha semana, não sei o que pode ser, não tenho motivo algum para estar assim, só sei que estou. Tudo tem me estressado, nada passa desapercebido. Quero que essa semana acabe. 



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Terça Feira: dezesseis horas, doze minutos



Seria apenas uma Galinha?

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se pode­ria contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
Uma Galinha, Clarice Lispector 


Clarice Lispector relata a estória de uma galinha que escapa do quintal e foge pelos telhados ao ser escolhida para ser comida num almoço de domingo. O rapaz morador da casa a alcança levando-a de volta e colocando-a no chão da cozinha, momento em que ela de susto põe um ovo e se salva. A família reconhece neste ovo o motivo para a sobrevivência da galinha.

Ao longo do conto podemos perceber a existência de uma alegoria irônica, figura de linguagem que produz uma virtualização do significado, comparando a Galinha com a condição feminina ironicamente retratada na aflição da ave. Há expressões que se aplicam ao estereótipo feminino, lembrando que o conto teve sua primeira publicação em 1960, época a luta feminista alcançava sua maior percussão.

Na década de 60 as mulheres estavam conquistando seu espaço na sociedade, ainda reprimidas pelos homens donos do poder e da força e neste conto a autora  desmistifica a dependência da mulher ao homem, a galinha consegue sua liberdade e ao ser capturada se rende a alienação novamente e volta para ser a rainha da casa, doméstica e passiva.

Lembrando que a figura feminina de doméstica, submissa e passiva dissipou-se aos poucos. Com as batalhas feministas a mulher deixou de ser vista como a galinha, aquela que apenas por sua fertilidade era valorizada. A galinha retrata muito bem esse momento de claustrofobia feminina na sociedade. A fuga da galinha nos leva a pensar numa fuga interna pelos desejos de liberdade femininos como o trabalho, a valorização e o direito de escolha.

A sociedade atual ainda carrega as marcas da violência interna da mulher com o machismo. Atualmente a mulher pode ser vista como a provedora da casa. Ao mostrar as mil e uma facetas que possui na sociedade e dentro da própria casa, ela deixa aos poucos de ser vista como um almoço de domingo.

Terça Feira: dez horas, cinquenta e seis minutos

 


Orgulho e preconceito de Jane Austen. O que podemos dizer ao ler qualquer obra da autora? Que sentimos uma sensação gloriosa? Que as formas da escrita dela nos surpreende a cada leitura? Ou ficar perplexo pois acabou de ler uma obra majestosa? 



ORGULHO E PRECONCEITO: DO LIVRO AO CINEMA

ANÁLISE DO ROMANCE – ORGULHO E PRECONCEITO, DE JANE AUSTEN





Em relação à temática, há de se destacar a visão da escritora acerca das relações humanas, especialmente as questões familiares, e a importância do casamento na sociedade burguesa do século XVIII, importância esta que continua atual, guardada as devidas proporções, ainda nos dias de hoje.
O tema principal do livro é introduzido logo no início da obra, quando a autora menciona que um homem solteiro e de grande fortuna deve ser o desejo de uma esposa. A partir desta idéia, Jane Austen convida o leitor a pensar sobre determinadas situações que vão ser abordadas de forma bastante peculiar durante toda a narrativa: a procura da esposa ideal pelo homem, a busca do pretendente com posses pela mulher, o conflito entre o casamento como instituição, que traz consigo a estabilidade financeira e a resposta à sociedade burguesa, onde a mulher é preparada desde cedo para ser desposada, e em menor escala, nem por isso, menos importante, a busca do casamento não como única saída para a mulher, mas a busca do casamento por amor.  
Apesar da simplicidade do tema, a autora conduz a narrativa de forma irônica, cômica e provocativa, traços peculiares em suas obras. A narrativa consegue ir além da descrição das roupas, lugares, costumes e hábitos da época - apesar de tanto o livro como a adaptação para o cinema contextualizarem esses elementos de forma bastante marcante, dando ênfase à época em que a obra foi escrita.
O que talvez tenha notabilizado a obra de Jane Austen, considerada a primeira romancista moderna da literatura inglesa, tenha sido justamente o fato de fugir da narrativa que se conhecia ou conhecemos até hoje, como romance “água com açúcar”, a partir do momento em que a autora se propõe a analisar o caráter das personagens – já expresso no próprio título da obra “Orgulho e Preconceito” – construindo, inclusive, o perfil psicológico das personagens. Na obra de Jane Austen é nítida a preocupação com a construção das personagens, de forma a elucidar as qualidades, defeitos, desvios de caráter etc.
Nota-se, claramente que, para a autora, mais importante do que descrever a roupa ou o local onde a ação se desenrola – apesar da obra municiar o leitor desses elementos - está à preocupação com a construção das personagens e de suas emoções. O narrador tem importância crucial neste romance, pois, cabe a ele, introduzir para o leitor a tensão das personagens, antes do diálogo travado entre elas.
Em muitos trechos do livro, isto se torna bastante evidente:

Elizabeth estava tão arrebatada pelo que se passou que deixava pouca atenção para o seu livro. A Srta. Bingley não ficou inteiramente satisfeita com essa resposta como para continuar com o assunto. Nesse perturbado estado mental, com pensamentos que não poderiam descansar sobre nada; ela caminhava; mas não adiantava; em meio minuto a carta era aberta novamente e, se recompondo da melhor maneira que podia, mais uma vez ela começava a mortificante leitura...  (Jane Austen. Orgulho e Preconceito)

Há de se destacar ainda que a narrativa se apoia em figuras de linguagem, permeada de signos, significados e significantes. Percebe-se, ainda, que, Jane Austen, até então com 21 anos de idade, escreve sobre um universo que conhecia profundamente. Pode-se falar, que em seus romances, especialmente em “Orgulho e Preconceito, objeto deste estudo, da existência de uma “sombra autobiográfica”, dada a semelhança da obra com a vida da autora. 
Jane Austen nasceu em Steventon, Hampshire, de uma família pertencente à burguesia agrária, e suas experiências serviram de pano de fundo para todas as suas obras. Tal como a personagem central de “Orgulho e Preconceito”, Elisabeth Bennet (Lizzie), Jane Austen também tinha muitos irmãos, sendo a sétima filha do reverendo George Austen, o pároco anglicano local, lembrando que a figura do clérigo também aparece como personagem em seu romance, como pretendente à mão da personagem central (Lizzie). Tal como no livro, Lizzie e sua irmã Jane, eram bastante ligadas; da mesma forma que na vida real Jane Austen e sua irmã mais velha, Cassandra, eram confidentes. O gosto por livros, especialmente romances, também é expresso na narrativa de “Orgulho e Preconceito”, e também coincide com a ampla biblioteca de seu pai na vida real. Segundo consta, o próprio título “Orgulho e Preconceito” é uma fala da personagem Cecília, romance de Frances Burney, uma das fontes de inspiração de Jane Austen.

Literatura na época georgiana

Jane Austen viveu na época da regência, porém sua obra literária se caracteriza por descrever com mais precisão a sociedade rural georgiana. A era georgiana é marcada pelas mudanças sociais no aspecto político, com forte debate acerca da abolição da escravatura, reforma das prisões e críticas à ausência de uma justiça social.
 Na literatura, esta época é marcada pelo ressurgimento do romance e pela discussão se este era ou não um gênero literário e de qualidade. De acordo com Ian Watt, no ensaio The Rise of the Novel, o renascimento do romance ou novela está intimamente ligado ao florescimento da classe média, ou seja, um novo tipo de leitor que propiciou um novo tipo de literatura.
Esta é uma época marcada também pelo surgimento da escrita de autoria feminina, uma vez que, mais da metade dos autores daquela época eram mulheres que, através da escrita, conseguiam certa independência econômica.
Durante a época de Jane Austen não existia um sistema de educação propriamente dito, e a educação das crianças era feita nas escolas dominicais, através de tutores ou em “escolas para damas”. É uma época marcada pela influência do Iluminismo – pensamento fundamentado na razão – onde a mulher não desfrutava do privilégio da Educação.
A mulher devia ser educada para cumprir suas funções de esposa e mãe, e obedecer a seu marido. A educação era centrada nos aspectos domésticos, religião e habilidades (saber dançar, tocar piano, bordar), talentos estes, que as tornariam desejáveis aos olhos masculinos.

"Acho incrível", diz Bingley, "como todas as jovens têm tanta paciência para cultivar todos esses talentos". (…) "Todas pintam, forram biombos e fazem bolsas. Não conheci uma que não saiba fazer tudo isso, e estou seguro de que jamais me falaram de uma jovem pela primeira vez sem referir-se a quão talentosa ela era". (…) "Uma mulher deve ter um amplo conhecimento de música, canto, desenho, dança, e línguas modernas para merecer essa palavra (talentosa); e, aparte de tudo isso, deve haver algo em seu ar e em sua maneira de andar, no tom de sua voz, em sua forma de relacionar-se com as pessoas, e em sua expressão que, se não for assim, não merecerá completamente a palavra". (Jane Austen. Orgulho e Preconceito)

Embora esses “talentos” estejam intrínsecos na obra literária de Jane Austen, a autora faz questão de deixar claro que suas heroínas, a exemplo de Elizabeth Bennet, desprezam e até ironizam essas “habilidades”, e priorizam a leitura, a perspicácia e a inteligência como atrativos para o homem. Da mesma forma em que a autora questiona o casamento enquanto instituição; mas, sim, como concretização do amor entre o homem e a mulher.
Jane Austen retratou com extrema ironia os costumes da sociedade de sua época. Desprezava a figura do tutor, e tal como em seus romances, o modelo de pais exemplares como os seus, era suficiente para educar e direcionar a boa conduta dos filhos.

"Não temos tutor, fazemos tudo por nós mesmos" (comentário dirigido à Lady Catherine de Bourgh, que reage surpresa).

Em outra passagem do livro, Elizabeth discute com Mr Darcy, Mr e Miss Bingley, e Mrs Hurst sobre o que comumente era o protótipo de dama ideal. Para a aristocracia, um bom modelo era o de uma mulher culta, que sabia falar idiomas modernos, que entendia de música,  e que ainda tivesse certo carisma e expressão que a favorecessem. Frente a isso, Elizabeth põe em dúvida se existe uma mulher capaz de ter todas essas qualidades ao mesmo tempo, ao que responde: 

“Não duvido que conheçais apenas uma dezena; duvido que conheçais alguma”. (Jane Austen. Orgulho e Preconceito)

Burguesia e casamento

Do ponto de vista feminista, apesar das obras da autora estarem frequentemente centradas em uma temática que subjugava a mulher ao matrimônio e à esfera doméstica, é possível perceber ainda que de forma não muito veemente, e até mesmo velada, o desejo de quebrar esses paradigmas e romper convenções. Talvez o estilo irônico de escrever, tenha sido a estratégia encontrada por Jane Austen para que suas obras fossem vistas além do simples “romance de entretenimento”.
Jane Austen mudou o perfil do romance, em sua época, abordando mais o lado psicológico das personagens, porém, sua obra retrata com maestria todo o contexto de uma época. 
A dominância da burguesia sobre as demais classes sociais, visto que a personagem central Lizzie pertencia à burguesia rural de classe média baixa, é colocada o tempo todo na narrativa, bem como a questão do casamento.
A autora retrata a época a partir do cotidiano doméstico, mas a narrativa é permeada de vários subtextos acontecendo ao mesmo tempo. Temos a questão do casamento por conveniência; a mulher tinha que casar até determinada idade para não se tornar um fardo para os pais; no caso da família Bennet eram cinco filhas, era preciso que todas casassem para dar segurança à família; o casamento com única forma de ascensão social à mulher ou uma saída para uma vida medíocre e pobre; as regras do namoro no século XVIII, onde a aproximação e o conhecimento entre o homem e a mulher se davam em uma pista de dança, em um baile, ressaltando a importância de saber dançar; não era permitido que um homem e uma mulher que não fossem casados se falassem a sós, portanto o baile era uma importante oportunidade para o diálogo e o contato físico; a reverência do homem à mulher, quando uma mulher entrava em um recinto o homem tinha que levantar-se e fazer uma reverência à mulher; a valorização da vida social intensa com visitas frequentes a parentes; e a preparação da mulher desde muito cedo para o casamento; a questão do espólio.

Família Bennet e demais personagens

A família Bennet é o centro da narrativa. A obra literária mostra uma típica família burguesa rural, de sete pessoas: o casal Bennet e suas cinco filhas, com a grande preocupação da matriarca em casá-las: era importante ter onde morar. E esta preocupação é colocada logo no início da trama.
As duas irmãs mais velhas – Jane e Lizzie – extremamente ligadas e cúmplices, mais maduras. A autora retrata ainda a beleza da filha mais velha (Jane) e seu instinto maternal, pois ajudou a criar as irmãs menores, em contraponto com a inteligência de Elizabeth, que poderia não ser tão bela quanto Jane, mas tinha inteligência e cultura acima da média, tanto o leitor quanto telespectador observam os acontecimento sob o ponto de vista de Elizabeth. As irmãs menores – tolas e imaturas – que só pensavam em baile, namorar rapazes e casar, em contraponto com a irmã do meio, Mary, que pouco aparece, mas é considerada a mais franca das irmãs e prefere instruir-se a se dedicar a costura.  Além da figura do pai, o tradicional chefe de família, culto e inteligente que parece não aprovar o comportamento da esposa e das filhas mais jovens, tem um bom relacionamento com Elizabeth.
O casal central: Elizabeth Bennet e Fitzwillian Darcy são os personagens principais do romance Orgulho e Preconceito, da autora Jane Austen.
Fitzwillian Darcy é um aristocrata de comportamento altivo e preocupado com as diferenças sociais entre as classes. Darcy representa o orgulho na narrativa. Ele é exigente e um pouco preconceituoso também.
Elizabeth Bennet era a mulher atípica, tinha outros objetivos e não tinha a mesma concepção de casamento que sua mãe. Elizabeth esperava amar, era uma mulher questionadora e instigante, que acaba despertando o interesse do impassível, grosseiro, arrogante e preconceituoso Darcy. A narrativa toma forma, a partir do ponto de vista de Lizzie.
As personagens passam por vários “pontos de virada” ao longo da narrativa e as questões “orgulho e preconceito” se alternam entre as personagens principais. A autora acaba por tratar estas questões, apesar do tom de crítica, de forma romântica, mostrando que no final: o amor vence, tanto o orgulho como o preconceito.
A personagem Darcy deixa seu orgulho de lado ao apaixonar-se por Elizabeth, passando por cima do preconceito de classe social e não mais se importando com a família de hábitos constrangedores e pouco ortodoxos de Elizabeth. Ele se apaixona pela inteligência de Elizabeth e pelo fato dela não se curvar diante das circunstâncias. Enquanto Elizabeth faz um pré-julgamento de Darcy, achando-o o mais desprezível dos homens, antes mesmo de conhecê-lo. Mantém seu orgulho, mesmo quando Darcy declara-se apaixonado por ela e quando vem à tona o verdadeiro caráter da personagem. Ela também mantém seu preconceito contra a riqueza e busca o amor na mesma classe social, talvez como repúdio aos valores de sua mãe.
Os demais personagens são: Charles Bingley, um jovem cavalheiro que aluga uma propriedade em Netherfield, perto de Longbourn. Tem 22 anos, é bonito e generoso, porém, facilmente influenciável;
Caroline Bingley é irmã de Charles Bingley e tem inveja de Elizabeth Bennet, é a antagonista do romance; George Wickham é um antigo conhecido de Darcy, de infância, e um oficial que está alojado perto de Meryton. Faz amizade rapidamente com Elizabeth Bennet, e comenta vários fatos sobre Darcy, incentivando a impopularidade dele na sociedade local; posteriormente, os fatos verdadeiros são revelados, mostrando ser Darcy quem tem razão;
William Collins é clérigo e primo de Mr. Bennet, que ao ser recusado por Lizzie casa com Charlotte Lucas, amiga de Elizabeth, que aceita desposá-lo por interesse social;
Lady Catherine de Bourgh é uma aristocrata dominadora, poderosa e orgulhosa, que humilha os que a cercam, entre eles Mr. Collins, que faz todos os seus desejos. Ela tenta intimidar Lizzie quando percebe o interesse de Darcy por ela;
Mr Gardiner é irmão de Mrs Bennet, um homem de negócios sensível e cavalheiro, que tenta ajudar Lydia quando ela foge com Wickham. Sua esposa tem bom relacionamento e amizade com Elizabeth e Jane. Jane fica na casa deles quando vai a Londres, e Elizabeth viaja com 
eles para Derbyshire, quando reencontra Darcy.

Versão para o cinema

A versão de Orgulho e Preconceito (2005) para o cinema é bem fiel ao livro, sobretudo, no que diz respeito aos diálogos. A linguagem cinematográfica trabalha com vários planos de câmera e enquadramentos, de acordo com a dramaticidade da cena, o que ajuda a aproximar o espectador da narrativa e das personagens.
O filme explora o grande plano geral (GPG) ou plano mais aberto, a fim de passar ao espectador uma referência geográfica (cena do baile, dos castelos, das caminhadas de Elizabeth etc). O filme trabalha também com plano geral (PG) na mesma cena do baile, nas conversas ao redor da mesa e com o close, este último, para expressar o sentimento da personagem. É o chamado plano emotivo.
Trabalha-se muito com o travelling, bem como os movimentos de aproximação e afastamento das cenas, recurso utilizado com bastante freqüência ao longo de todo o filme. Pode-se observar ainda, a presença da câmera subjetiva, que interage na cena para mostrar a atitude da personagem.
Houve grande preocupação com as locações, especialmente na escolha dos cinco castelos: Wilton House, Basildon Park, Chatsworth House, Burghley e Groombridge Place.
Groombridge Place, localizada em Kent, é uma mansão feudal do século XVII, com fosso e ponte levadiça e foi escolhida para ser a casa da família Bennet. O formato e o desenho da casa permaneceram os mesmos por 300 anos, o que permitiu filmar através da janela, mostrando o movimento entre o interior e o exterior.
Chatsworth House, mansão de Darcy, tem 150 aposentos, além de uma galeria de esculturas construída em um prédio anexo, onde Elizabeth vê o busto de Darcy. É uma das maiores mansões do país e data de 1690.
O filme ainda traz uma fotografia impecável, um figurino riquíssimo, bem como uma trilha sonora majestosa.  A versão americana traz um final mais romântico e meloso, terminando com o esperado beijo ao final; enquanto a versão inglesa, não.

Bibliografia

AUSTEN, Jane; Orgulho e preconceito 1.ed. São Paulo: LP&M, 2010.


WRIGHT, Joe; (direção) (2005) Orgulho e preconceito [DVD] EUA, França e Inglaterra: Twentieth Century Fox
 Film Corporation

Terça Feira: dez horas, quarenta e um minutos

Faz um tempo que não apareço por aqui, as vezes me cobro de publicar alguma coisa, mas a vida anda as tantas e eu não tenho tempo para parar...

Assim que der eu apareço, sinto falta daqui...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

segunda feira: nove horas, quinze minutos

Macabéa é personagem de A hora da estrela, de Clarice Lispector (1925-1977), romance publicado em 1977. Aos dezenove anos, virgem e sem estudo – cursou apenas até o terceiro ano primário, Macabéa deixou o sertão de Alagoas para tentar ganhar a vida no Rio de Janeiro. Moradora de um quarto na rua do Acre com mais quatro companheiras, trabalha todos os dias até a estafa. Datilógrafa medíocre, copia letra por letra para não errar. Chegou a ser demitida por cometer muitos erros de ortografia e, ao reagir com um pedido de desculpas, comoveu o seu chefe que, por pena e admiração, decidiu mantê-la no emprego. Macabéa vê a vida como uma coisa que apenas é porque é: já que sou, o jeito é ser. Ela não se questiona, sua existência é apenas ser, como um cachorro é cachorro sem o saber. Raquítica, sem vocação, sem sonhos e sem objetivos, acredita mesmo ter sido "soprada" no mundo - como quando um cisco é soprado do olho. Tola, solitária, doce e obediente, alimenta a lembrança de uma infância triste e uma saudade do que poderia ter sido e não foi. Seu único luxo é o cinema uma vez por mês e sua única paixão é "goiabada com queijo". A única fantasia que ela se permite é ser uma estrela de cinema. Gosta de acordar bem cedo aos domingos para ficar mais tempo sem fazer nada. No cais do porto sente o coração apertar ao chamado do navio. Não sabe o motivo, nem isso importa, apenas experimenta um raro momento de conforto em sua vida sem relevo, que só brilhará na hora da morte: seu único momento de verdade, decretado por um carro que a atropela e a transforma em estrela. Finalmente, protagonista de sua própria morte, ela "é": "Hoje é o primeiro dia de minha vida: nasci." E você, é uma Macabéa?


quinta-feira, 16 de junho de 2011

quinta feira: onze horas, quarenta e sete minutos

Quando você pensa em literatura, quais os livros que lhe vem a cabeça? Hoje eu resolvi fazer uma postagem diferente, vou relatar aqui os livros que me fizeram amar a literatura.


Norwegian Woods do escritor japonês Haruki Murakami, foi o primeiro livro que eu li desse autor, me apaixonei. A escrita dele é tão sublime e rico em sentimentalismo que não da para simplesmente deixa-lo passar.




Após Norwegian Woods eu li Minha Querida Sputnik, esse segundo mudou minha vida em milhares de aspectos, eu costumava lê-lo com uma caneta destaca texto ao lado, eu marquei o livro inteiro. É o tipo de escritor que fala com o leitor sem o mesmo sequer perceber. Esses dois livros falaram comigo.




  
O que dizer sobre Oscar Wilder?! Qual vida não foi tocada pela sua obra? Quem não ficou maravilhado ao ler O Retrato de Dorian Gray? Quem não ficou chocado com a realidade ao ler A Alma do Homem Sob o Socialismo? Esses dois livros fazem parte da seção “meus livros amados e queridos”. O Retrato de Dorian Gray foi o que eu mais gostei, até hoje eu o leio e a cada leitura descubro uma infinidade de detalhes da história, e o rabisco a cada leitura. Oscar Wilde faz parte dos livros que mudarão a história, pelo menos a minha.

























Goethe, o primeiro livro que eu li dele foi O Sofrimento do Jovem Werther, quem já não leu esse livro? Pessoas se matavam por causa dessa história usando as mesmas roupas do personagem. Acredito (posso estar errada) que esse livro foi até banido durante um tempo por causa dos suicídios. Eu gosto muito desse livro, mas faz tempo que eu não o leio.






Não posso deixar de colocar aqui a obra prima de Goethe o famoso livro que relata o pacto que um médico faz com o demônio Fausto. Esse sim é o livro que um ser humano não pode deixar de ler.




Continuarei em outro post....





quarta-feira, 15 de junho de 2011

quarta feira: onze horas, cinquenta e quatro minutos

ANÁLISE DOS POEMAS DE ANA CRISTINA CÉSAR

 

 

Biografia

 

Ana Cristina César nasceu em 1952. Entre os autores que se costuma classificar, acertadamente ou não, como pertencentes à geração dita marginal da poesia, Ana Cristina César é a que possui uma escrita mais pessoal, isto é, menos influenciada por obras, vanguardas ou movimentos anteriores. Seus poemas, quase sempre na primeira pessoa do singular, estabelecem um tipo de discurso de si, um diálogo com a própria experiência do mundo e com uma necessidade resoluta da escrita. Sua poética é uma navegação pela imensa variedade de objetos do mundo, que podem ser ela própria, pessoas, livros, lugares, cartas, uma dor indefinida ou até mesmo uma pequena coceira. Nesse universo, nada é mais certo do que nada, nada tem privilégio ou é a priori descartado. O eu que discursa em Ana Cristina César, longe de ser um ego, é um eu fragmentado, incompleto, característico e quase que anunciador de uma das mais fortes vertentes da contemporaneidade. Por isso mesmo, a morte precoce da autora, em 1983, só reforça esse inacabamento que, de fato, já faz parte do cerne de sua escrita, desde o seu início.

 

 

obras
Cenas de Abril (1979)
Correspondência Completa (1979)
Literatura não É Documento (1980)
Luvas de Pelica (1980)
A teus Pés (1982)
Inéditos e Dispersos (1982)
Escritos da Inglaterra (1988)
Escritos no Rio (1993)
Correspondência Incompleta (1999)


 

 

Soneto

Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu

Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida

Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina

E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?

 

 

A métrica do poema apresenta irregularidade ora contendo 8 silabas métricas e em outros versos 5. Os versos do soneto são livres, não obedecem a nenhum esquema. Não há metro, mas apenas "ritmo interior", não se fixa a norma nenhuma fora a estrutura de um soneto. Os versos são encadeados e trata-se de um dialogo com o "eu", Ana Cristina questiona sua sanidade num dialogo consigo mesma.

 

Na segunda estrofe podemos notar a existência de aliteração da consoante "n"

 

E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida


terça-feira, 14 de junho de 2011

terça feira: oito horas, quarenta e dois minutos


Não aguento mais ir para faculdade, não é só pelo cansaço físico, é mais pelo cansaço mental. Na minha sala tem muita gente preconceituosa e imatura, tem gente que quer mostrar o quanto é capaz de fazer alguma coisa quando não é. Acho que o curso que escolhi tem uma cobrança cultural muito grande, se você faz literatura você tem que ser quase um "Antonio Cândido". Não, eu não quero isso. Eu quero apenas estudar aquilo que eu amo, não quero conversar sobre filmes de cultura, quero falar da última comédia romântica que assisti, quero dizer o quão engraçado é  "o diário de bridget jones", quero poder falar sobre coisas comuns! Não quero tomar café da manhã pensando que Shakespeare criou uma outra forma de escrita ou fazendo poesia, isso é cansativo. Não estou dizendo que não assisto filme cult ou que não leio algo um pouco mais denso, só estou dizendo que não quero ter a obrigação de ser culta. Esse sábado tomei café da manhã com um rapaz da minha sala e seu namorado, ao longo da conversa eles falavam o quanto se decepcionam com os "amigos" deles, que esses amigos eram oportunistas e coisas do tipo. Acho que a única vez que abri a boca foi para dizer que essa situação era fácil de resolver. Naquele momento eu percebi o quanto é bom ser fumante, pedi licença a eles e fui para fora da lanchonete fumar sozinha, melhorou o meu sábado. Vampiros sociais! 


segunda-feira, 9 de maio de 2011

segunda feira: dez horas, zero minutos

O medo do Amor


Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê. 

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade. 

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro. 

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos. 

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.


Martha Medeiros